REDUCIONISMO, “HOLISMO” E PENSAMENTOS SISTÊMICO E COMPLEXO
Justificativa
Como exigência
para a conclusão da disciplina Teorias da
Aprendizagem em Ambientes Virtuais, ministrada pela Profª Drª Ana Maria di
Grado Hessel, do mestrado em Tecnologia da Inteligência e Design Digital (PUC SP), foi solicitado aos alunos que escolhessem um artigo de um dos
autores trabalhados durante o semestre e o apresentasse em forma de seminário,
além de entregar uma resenha do mesmo. Um dos autores trabalhados foi Humberto
Mariotti, quem possui importantes contribuições para a teoria complexidade.
A escolha do artigo em questão aconteceu após uma triagem dos artigos
disponíveis no site do autor (http://www.humbertomariotti.com.br). A triagem
levou em conta a pertinência dos artigos ao mestrado em andamento da aluna, ou
seja, optou-se por um texto que pudesse enriquecer a pesquisa que está sendo
desenvolvida.
Resenha
O autor inicia o
texto apresentando suas definições para os quatro conceitos presentes no
título. Para ele, é possível entende-los da seguinte forma:
- · Reducionismo à conforme fora consolidado por Descartes, diz respeito à divisão do todo em partes e ao estudo das partes como independentes. O reducionismo está relacionado ao pensamento linear.
- · Holismo à surge em um momento posterior ao reducionismo e sua proposta é a exata oposição ao pensamento reducionista. O holismo prioriza o todo, sem dividi-lo em partes. O pensamento sistêmico aqui presente compreende que o todo se sobrepõe às partes.
- · Pensamento sistêmico à foi introduzido em 1940 por Ludwig Von Bertalanffy e apresenta, portanto, uma concepção basicamente holística.
- · Pensamento complexo à é uma proposta mais recente que diferencia-se de suas antecessoras. Nos trabalhos de Mariotti, o pensamento complexo é apresentado conforme a teoria de Morin.
Em seu texto, Mariotti explica que existem variações de terminologia
importantes de serem esclarecidas. O que Maturana, por exemplo, chama de
‘sistêmico’ corresponde ao que Morin chama de ‘complexo’. O autor afirma que
“essa diversidade é compreensível. Mas, até que se chegue a uma terminologia
unificada, se é que um dia isso ocorrerá, é preciso que estejamos atentos a
essa diversidade”.
Então, após expor sua escolha pela teoria de Morin e, consequentemente,
pelas suas terminologias, Mariotti destaca dois princípios cruciais para o
pensamento complexo:
- · Princípio da emergência à diz que o todo é superior às partes à um exemplo seria um tapete, que contém um desenho específico. Apesar de ser composto por diversos fios (partes), o resultado final dessa união sobrepõe-se às características individuais de cada fio. Ou seja, não se trata apenas da junção dos fios aleatoriamente. O “todo” (o tapete) é mais do que a mera soma dos fios e contém elementos que seriam perdidos caso as partes fossem dissociadas.
- · Princípio da imposição à diz que o todo é inferior à soma das partes à um exemplo seria um grupo de pessoas que se reúnem para solucionar um problema. Cada um traz suas ideias e discute alternativas, mas, ao mesmo tempo, deixa de lado inúmeros aspectos da sua individualidade, várias de suas características e habilidades que são próprias de cada um, mas aparentemente irrelevantes para a tarefa que executam conjuntamente. Nesse caso, então, o todo (grupo) não é capaz de incluir a totalidade das partes.
De acordo com a teoria de Morin, o pensamento complexo representa
complementaridade e transacionalidade entre as concepções linear (reducionismo)
e sistêmica (holismo). Diferente dos pensamentos vigentes anteriormente, a
complexidade entende que o todo é ao mesmo tempo superior e inferior às partes,
como apresentado nos princípios supracitados. Além disso, o autor afirma que os
sistemas são dinâmicos e circulares (não sequenciais), havendo alternância da
predominância.
A partir dessa leitura, algumas das importantes diferenças evidenciadas
entre o pensamento e linear e o pensamento complexo puderam ser organizadas na
seguinte tabela:
Pensamento
Linear
|
Pensamento
Complexo
|
Isolamento
todo/parte
|
Integração
todo e parte
|
Linearidade
e harmonia do sistema
|
Conflituosidade
e desarmonia
|
Busca
de certezas – em níveis extremos = alienação
|
Lida
com incertezas – Não há leis gerais ou conceitos simplificadores
|
Apesar de Mariotti assumir sua afinidade com o pensamento complexo, ele
não deixa de reconhecer a importância dos pensamentos linear e sistêmico. Para
o autor, o pensamento sistêmico pode ser eficiente para a solução de
determinados problemas que exijam intervenções imediatas, mas será insuficiente
para que o mesmo problema seja de fato compreendido amplamente.
Uma de suas principais críticas aos pensamentos linear e sistêmico é a
incapacidade por eles apresentada de lidar com a aleatoriedade, a desordem, a
incerteza e com a conflituosidade, existentes e inevitáveis em qualquer sistema
ou organização. Nas suas próprias palavras, “a cultura e a contracultura deveriam estar em uma circularidade tal que
mantivesse a conflituosidade em níveis menos traumáticos. Ou seja, a sociedade
deveria saber como lidar melhor com a desordem e a incerteza”.
Outra questão importante apresentada por Mariotti é a necessidade da
virtualização e da repressão das potencialidades das partes para o
funcionamento do sistema. Tomemos, por exemplo, a situação anteriormente
apresentada na qual um grupo de pessoas se reúne para solucionar um problema.
As potencialidades das partes não são exploradas totalmente, ou seja, muitas de
suas habilidades e características ficam virtualizadas. O autor explica que essa
virtualização e/ou repressão é necessária, pois, se todas as potencialidades
viessem à tona, isso prejudicaria o funcionamento daquele grupo.
O texto traz importantes reflexões sobre a sociedade na qual vivemos,
como ela funciona e como deveria funcionar. As ideias apresentadas por Mariotti
podem ser transportadas para diversas áreas e a que me interessa
particularmente é a educação. O autor não dedica, neste artigo em especial,
destaque à educação, mas consigo enxergar uma relação direta entre suas críticas
ao funcionamento da sociedade e a forma pela qual a educação vem sendo
exercida. O pensamento linear ainda é predominante, tanto na sociedade em geral
quanto na educação especificamente, e precisa ser superado. Assim como
Mariotti, acredito que o pensamento complexo seja mais apropriado para o bom
funcionamento da sociedade e deva, portanto, vencer as resistências, ser
estimulado e cada vez mais difundido.
Por fim, destaco um dos caminhos apontados pelo autor para a
disseminação e fortalecimento do pensamento complexo:
“Um dos domínios sociais mais favoráveis às redes de
conversação que podem ajudar a formar a massa crítica em favor do pensamento
complexo, é o chamado Terceiro Setor do processo produtivo. Este compreende as
áreas da sociedade em que se fazem trabalhos comunitários e nas quais predomina
a economia dita "social", que comporta, por exemplo, serviços
voluntários e formas de remuneração não-financeira. Ao lado dele há o primeiro
setor (o governo) e o segundo (o universo das empresas), regidos pela economia
de mercado e portanto pelo pensamento linear. Mesmo que se levem em conta todas
as dificuldades, equívocos, más interpretações e outros problemas, é no
Terceiro Setor que mais se vêm observando conversações diferentes das
habituais.”
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPolitics & FDA clearance of 2 stem cell clinic COVID-19 efforts
ResponderExcluirFDA is doing better job on unproven stem cell clinics, but it has cleared many INDs, some iffy, for stem cell and cellular medicine trials for COVID-19.
The FDA and its CBER branch have been doing a good job overall in the last 3+ years to tackle the unproven stem cell clinic problem, but lately on the stem cells for COVID-19 front there is reason for real concern.
I believe the agency is taking on major risk overall by clearing a vast number of cell therapy trials for COVID-19 mostly without much data, but the clearance of a few programs by for-profit stem cell clinics is especially problematic in my view.
FDA on the ball more generally on clinics
For background and on the positive, the FDA is taking the problem of the stem cell clinic industry very seriously and taking action on clinic firms that are injecting patients with unapproved stem cell drugs.
It has sent off dozens of untitled and warning letters to clinic firms pitching unproven stem cells and other regenerative biologics like exosomes. The agency’s biologics branch called CBER is really on the ball on this these days. Its Director Peter Marks deserves big kudos for the serious commitment and marathon work here over many years to make things happen on this problem. Dr. Marks was the subject of an interesting piece in the WaPo by Laurie McGinley recently: Meet the most important federal official you probably don’t know — the man who holds the fate of the coronavirus vaccine in his hands.