quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Talking About PBL - Project Based Learning


There are so many topics that I find over there and that call my attention while I'm studying for my masters. Too bad I do not have time at the moment to go deeper into them. I have to focus on what really maters to my dissertation as time flies, but keeping those 'extra topics' in mind for later studies seem to be a good idea. One of the things I was seduced by is PBL - Project Based Learning.

Well, it is what it is, the name makes it pretty clear what we are talking about so there is no need to use many words here. To be honest, I have worked with projects in my classes before knowing this strategy had an specific name and treatment in literature. The fact is that it does have and I like it because then we have more people talking about it as a unique thing, discussing results, activities, pros and cons, social impacts and a bunch of other stuff. 

I particularly like working with projects and I see many positive impacts on students when I do that. That's probably why I was so interested in PBL literature when I got to know about its existence. As I said, I could not go much further yet with my curiosity, but I leave here a taste of what I am talking about:

WHAT IS PBL?

Project Based Learning is a teaching method in which students gain knowledge and skills by working for an extended period of time to investigate and respond to an engaging and complex question, problem, or challenge. In Gold Standard PBL, Essential Project Design Elements include:
  • Key Knowledge, Understanding, and Success Skills - The project is focused on student learning goals, including standards-based content and skills such as critical thinking/problem solving, collaboration, and self-management. 
  • Challenging Problem or Question - The project is framed by a meaningful problem to solve or a question to answer, at the appropriate level of challenge.
  • Sustained Inquiry - Students engage in a rigorous, extended process of asking questions, finding resources, and applying information.
  • Authenticity - The project features real-world context, tasks and tools, quality standards, or impact – or speaks to students’ personal concerns, interests, and issues in their lives.
  • Student Voice & Choice - Students make some decisions about the project, including how they work and what they create.
  • Reflection - Students and teachers reflect on learning, the effectiveness of their inquiry and project activities, the quality of student work, obstacles and how to overcome them.
  • Critique & Revision - Students give, receive, and use feedback to improve their process and products.
  • Public Product - Students make their project work public by explaining, displaying and/or presenting it to people beyond the classroom.

WHY PBL?

Project Based Learning’s time has come. The experience of thousands of teachers across all grade levels and subject areas, backed by research, confirms that PBL is an effective and enjoyable way to learn - and develop deeper learning competencies required for success in college, career, and civic life. Why are so many educators across the United States and around the world interested in this teaching method? The answer is a combination of timeless reasons and recent developments.
  • PBL makes school more engaging for students. Today’s students, more than ever, often find school to be boring and meaningless. In PBL, students are active, not passive; a project engages their hearts and minds, and provides real-world relevance for learning.
  • PBL improves learning. After completing a project, students understand content more deeply, remember what they learn and retain it longer than is often the case with traditional instruction. Because of this, students who gain content knowledge with PBL are better able to apply what they know and can do to new situations.
  • PBL builds success skills for college, career, and life. In the 21st century workplace and in college, success requires more than basic knowledge and skills. In a project, students learn how to take initiative and responsibility, build their confidence, solve problems, work in teams, communicate ideas, and manage themselves more effectively.
  • PBL helps address standards. The Common Core and other present-day standards emphasize real-world application of knowledge and skills, and the development of success skills such as critical thinking/problem solving, collaboration, communication in a variety of media, and speaking and presentation skills. PBL is an effective way to meet these goals.
  • PBL provides opportunities for students to use technology. Students are familiar with and enjoy using a variety of tech tools that are a perfect fit with PBL. With technology, teachers and students can not only find resources and information and create products, but also collaborate more effectively, and connect with experts, partners, and audiences around the world.
  • PBL makes teaching more enjoyable and rewarding. Projects allow teachers to work more closely with active, engaged students doing high-quality, meaningful work, and in many cases to rediscover the joy of learning alongside their students.
  • PBL connects students and schools with communities and the real world. Projects provide students with empowering opportunities to make a difference, by solving real problems and addressing real issues. Students learn how to interact with adults and organizations, are exposed to workplaces and adult jobs, and can develop career interests. Parents and community members can be involved in projects.



For more information, please access: here.
And there is also a video that explains PBL: here.

> It is interesting to notice that I also found the acronym (PBL) standing for Problem Based Learning, so be careful not to get it mixed up.

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Link para texto em português sobre PBL: clique aqui.

domingo, 4 de outubro de 2015

Desafios do Conectivismo - Artigo Web Currículo

Entre os dias 21 e 23 de setembro de 2015, aconteceu em São Paulo o IV Seminário Web Currículo e XII Encontro de Pesquisadores em Currículo. Participei do evento não apenas como ouvinte, mas também como autora do artigo Desafios do conectivismo como uma teoria democrática da aprendizagem, que será em breve publicado nos anais (compartilharei o link).

Fiz uma breve apresentação do artigo aos participantes e disponibilizei os slides aqui.

Agora estou na expectativa do próximo evento do qual participarei e no qual também me apresentarei, VIII Encontro de Pesquisa do TIDD/PUCSP. É aberto ao público e acontecerá no dia 13/10/2015, das 13h30 às 21h... Vamos? ;-)


terça-feira, 4 de agosto de 2015

Divagações sócio-históricas sobre a Educação: Iluminismo, Romantismo, Pós-Modernismo e Era Digital

Meu coração é sócio-histórico! S2


Não consigo, nem que eu queira - e eu não quero -, pensar sobre qualquer ser humano sem levar em conta seus contextos. Somos feitos nisso e disso que nos cerca, nos afeta e é por nós afetado. Penso assim. Estou certa disso.

Logo, creio que a cultura, o momento histórico no qual vivemos e nossas experiências com o mundo e com os outros nos moldam. Não que sejamos vítimas passivas nesse processo de formação do nosso 'eu'. Claro que não! Afinal, somos ativos nessa mesma sociedade e também a moldamos. Ou seja, a atividade e a passividade vêm 'juntas e misturadas', mas já falei disso outras vezes. Digo mais, nem fui eu quem disse isso! Foram muitos outros antes de mim, mas escolho aqui referenciar Vygotsky.

Voltando à ideia lançada, nosso contexto social e nosso momento histórico desempenham papéis extremamente importantes no nosso desenvolvimento psicológico (Psicologia sócio-histórica). Logo, podemos perceber relações entre o momento histórico e a educação, muito vinculada ao desenvolvimento dos processos psicológicos.

Hoje, por exemplo, vivemos a era digital e está fácil notar as influências das tecnologias digitais na vida das pessoas, nas relações que elas estabelecem, na forma pela qual se organizam, se comunicam, aprendem, etc. Pensar sobre a educação do séc XXI sem atentar-se às mudanças sociais e sem adequar-se a elas é pior do que nadar contra a maré: é afogar-se. As escolas e demais instituições de ensino, lentamente (infelizmente), buscam incluir as tecnologias digitais nas práticas pedagógicas propostas, os alunos da atualidade buscam as conveniências da web (cursos online, recursos e materiais disponíveis na rede, pessoas, etc) e os pesquisadores e educadores mais dispostos laçam novas ideias, propostas, além de críticas ao modelo tradicional já ultrapassado. Estamos caminhando, ainda com grande resistência, para uma nova era, na qual a educação se transforma, se desconstrói e se reconstrói para adequar-se ao aluno da atualidade e para continuar sendo capaz de prepará-lo para participar do mundo no qual ele vive.

Se olharmos para trás, isso já aconteceu outras vezes. Durante muitos e muitos anos a concepção dualista de homem prevaleceu. O homem não era compreendido em sua totalidade, mas sim visto fragmentado, com suas emoções separadas da sua razão, sua cognição desvinculada do seu lado afetivo, sua mente como desligada de seu corpo. As dicotomias eram principalmente nocivas pois havia grande desequilíbrio: priorizava-se a razão, a cognição e a mente, em detrimento das emoções, dos afetos, do corpo. 

Com o Iluminismo nasce também o embrião da mudança desse pensamento. Vejam, o Iluminismo manteve a forte priorização dos aspectos racionais, cognitivos e intelectuais do homem, mas foram ideias como as de Hegel, Marx e Engels que trouxeram à tona o chamado materialismo dialéticoafirmando que sujeito e objeto de conhecimento interagem, podendo o primeiro apropriar-se do segundo e transformá-lo. A cultura passa então a ser compreendida como elemento fundamental na constituição do homem, na formação de sua consciência e no seu desenvolvimento. Tudo isso foi o ponta pé que a Psicologia sócio-histórica precisava para surgir mais lá na frente, no séc. XX, que foi "quando deu" pra surgir, já que houve uma pedrinha no meio do caminho: o Romantismo.


No século XIX, o Romantismo surge contrapondo-se ao Iluminismo e dando ênfase não mais à razão, mas sim à expressão de sentimentos e desejos. Era a vez de dar espaço à emoção, na verdade, de dar todo o espaço a ela. Assim, apesar das mudanças, algumas características se mantiveram: o desequilíbrio, a dicotomização, a falta de um olhar holístico sobre o homem e sua concepção. 

De qualquer forma, ainda que esse pensamento estivesse distante do entendimento de que as duas dimensões humanas (razão e emoção) não se sobrepõem, mas sim se complementam, tratou-se de um momento histórico marcante em que atenções foram voltadas à importância de um aspecto humano por séculos desvalorizado.

Tanto as influências do ideário iluminista, como a força do movimento romântico, marcaram de diferentes maneiras a constituição da subjetividade moderna, através de confrontos e acomodações entre as esferas pública e privada. (TASSONI, 2008, p. 25)


Então, vivenciados os dois extremos - da priorização da razão no Iluminismo e da priorização da emoção no Romantismo-, partimos para um novo momento histórico no qual o homem começou a ser visto em sua totalidade. Atenções foram voltadas às inter-relações entre razão e emoção, corpo e mente, cognição e afeto. Começaram a ser aceitas as noções de que todos os aspectos humanos estão ligados de alguma forma e merecem ser considerados.

Chega o séc. XX e Vygotsky aparece para revolucionar a Psicologia e a Educação. Por muito tempo suas ideias foram postas em prática e, ainda hoje, são predominantes. Porém, esse teórico que tanto admiro não viveu para ver a era digital. Suas propostas foram feitas tendo como base uma sociedade que apresentava diferenças notáveis em relação àquela na qual vivemos hoje e, apegando-me à sua própria abordagem histórico-cultural, ressalto novamente a urgência de pararmos de querer impor o passado sobre o presente. Precisamos pensar o presente e recriar as práticas passadas. Talvez a teoria ainda sirva, acredito mesmo que possa servir, mas ela precisa ser reelaborada e me nego a acreditar que tanta gente não veja, não sinta isso. Acho que o problema está na natureza humana muitas vezes, naquele medo da mudança que quase todos (ou todos?) costumamos sentir. Tem também a preguiça, que atrapalha... é "mais cômodo" (reproduzo, mas discordo sem me estender nisso) fazer como já fizemos tantas vezes do que arriscar, experimentar, errar, refletir... Mas não vai ter jeito. As mudanças acontecerão, queiram ou não queiram. O futuro já chegou e vai chegar sempre e outra vez. Quem não se atualiza, sai da cena. É como disse Nietzsche:


Tudo evolui; não há realidades eternas: tal como não há verdades absolutas.


Acho que falta também em muitos a humildade de reconhecer que, aquilo que faz e que sempre fez não serve mais. É difícil admitir que estivemos certos e agora estamos errados, inapropriados. Talvez seja algo como meus jeans antigos, que já não me servem, mas que insisto em guardar e dizer que voltarão a entrar nos meus quadris. Insisto neles e sentirei um gosto de vitória se, daqui muitos anos, por acaso, um puder ser novamente usado. Pensarei, provavelmente, que fiz bem em não descartá-los antes, mas, na realidade, faço muito mal em não doá-los a quem possa fazer melhor proveito desde já e também faço muito mal em guardá-los e constantemente recordar a mim mesma de que estou em pior forma física. Assim faz o educador que não se atualiza: insiste erroneamente por toda uma vida em práticas ineficazes que, ocasionalmente, surtirão efeito aqui ou acolá e isso bastará para saciar sua teimosia. Precisamos ser humildes e olhar em volta, ver que tantas pessoas precisam verdadeiramente dos nossos desapegos, do abandono das nossas vaidades e do fim desse egoísmo inútil. Precisamos enxergar aqueles que passam fome, frio, que vivem nas ruas, na miséria. Precisamos enxergar nossos alunos, que precisam da nossa sensibilidade, da nossa colaboração, empatia, entendimento, dedicação. Precisamos olhar com amor sempre, seja em casa, no trabalho ou nas ruas da cidade. A educação, afinal, não se restringe à escola. Muito além da matemática, da biologia, da gramática e da história, precisamos ensinar uns aos outros a construir um mundo cada vez melhor. E esse trabalho é sim dos educadores, mas não só: é de todos, para todos.


E, já que o texto chegou perto do clima dos anos 60, fica aí minha apologia à paz e ao amor:










Referências:

TASSONI, E. C. M. A dinâmica interativa na sala de aula: as manifestações afetivas no processo de escolarização. Tese de Doutorado. Campinas: FE/UNICAMP, 2008.


Imagens:

http://the-wonderist.com/wp-content/uploads/book-heart2.jpg
http://24.media.tumblr.com/tumblr_me75javhTd1qdjda6o1_500.jpg
http://pt.slideshare.net/ederig/rest-in-java-20-13884984

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Connectivism: A Communication Theory?


It was left at Downes page (link here). The writer (someone who accessed Downes' page) disagrees that connectivism should be understood as a learning theory. Instead, he believes it is a communication theory. My post was not focusing on this issue specifically, but still I found the replier's point of view quite interesting. Does anyone agree with him?

He wrote: 


As a recognized expert in learning theory (PhD in Instructional Design), I must respond to this question. Connectivism is NOT a "learning" theory. It is a communication theory. Plain and simple. 



In the early days, Siemens (2005) proclaimed that “Behaviorism, cognitivism, and constructivism are the three broad learning theories most often utilized in the creation of instructional environments.” However, I propose that is a misunderstanding. These three are learning approaches, which are independently based upon other learning THEORIES. They are also exclusively tied to a philosophy (i.e., scientific/behaviorist, interpretivist, or pragmatist). One must distinguish between philosophies, theories, and applications. Clearly, based upon the model’s creators, this is all based upon a constructivist view. In the original presentation of the THE MOOC MODEL FOR DIGITAL PRACTICE (McAuley, Stewart, Siemens, & Cormier, 2010), the authors used the constructivist-unique phrase that “creation of knowledge.” For anyone educated in instructional design, or learning theory, this phrase is instantly recognized as a distinguishing trademark of the constructivist point-of-view.


Although learning theories incorporate communication theory (as well as multimedia theory, communication theory, educational psychology, and even organizational psychology), please do not confound the two by claiming that they are all one in the same. When McAuley, Stewart, Siemens and Cormier originally presented their MOOC model, it was not proposed as a learning model, but a communication model based on Internet technology. The major tenets of this model were all based on communication, not adult learning or social learning.

Therefore, as one with a doctoral education in instructional design (adult learning, learning theories, learning models, learning psychology), I am forced to reply that connectivism does not qualify as a learning model. It is a communication model with plenty of merit that should be investigated. But please don’t propagate the mis-notion that educational strategies should be revised to conform to this yet unproven model.

References

McAuley, A., Stewart, B, Siemens, G., & Cormier, D. (2010). The MOOC Model for Digital Practice. Retrieved from http://www.edukwest.com/wp-content/uploads/2011/07/MOOC_Final.pdf

Siemens, G. (2005). Connectivism: A learning theory for the digital age. eLearning Space. Retrieved from http://www.webcitation.org/5bCzNxTAn

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Incorporando Tecnologias Digitais em Aulas Presenciais: Experiência Pessoal e Resistências

Devo publicar futuramente um texto mais detalhado sobre uma experiência pessoal extremamente marcante no meu percurso. Como sabem, dou aulas de inglês há alguns anos e, num certo momento, decidi inovar: experimentei incluir alguns recursos digitais em aulas ministradas a um grupo de nível básico.

Tudo começou após minha ida ao Congresso Internacional da ABED de Educação a Distância (CIAED), onde fui inspirada a apostar cada vez mais na incorporação dos recursos tecnológicos digitais para uma aprendizagem bem sucedida. Afinal, sempre acreditei na "aprendizagem significativa" e nada mais significativo e contextualizado do que a rede nos dias de hoje.

Após receber, no congresso, injeções de inspiração, animação e fé, pensei em um projeto simples, experimental, que incluía recursos digitais em sala e também a utilização de ferramentas digitais pelos alunos fora da sala de aula. A essa "mistura" das modalidades de ensino presencial e online dá-se o nome de Blended Learning. Para compreender melhor esse conceito, deixo-vos um vídeo explicativo (em inglês):



Como eu disse, o projeto em si será apresentado mais adiante. Quero aqui chamar a atenção para outra questão relacionada a esse trabalho que desenvolvi: a resistência da escola e dos outros profissionais que lá trabalhavam. 

Organizei os conteúdos, estruturei atividades, selecionei recursos, desenvolvi um planejamento detalhado e apresentei à coordenação. Então veio a reação inesperada: aprovaram a ideia, mas estabeleceram várias e comprometedoras delimitações. Primeiramente, tive que concordar que as atividades online seriam oferecidas como atividade "extra" a alunos voluntários e sem poderem ser consideradas na avaliação (nota) dos alunos. Além disso, ficou esclarecido que os alunos não poderiam acessar suas redes sociais e outros materiais online dos computadores da escola e nem de seus próprios computadores ou dispositivos móveis enquanto estivessem na escola. Isso é, do meu ponto de vista, estranho, pois o acesso seria para fins educacionais. Porém, a política da escola proibia a utilização de celulares, smartphones, dispositivos móveis em geral ou o acesso a determinados sites pelos computadores lá disponíveis. Portanto, respeitei as determinações e orientei os alunos conforme tais especificações.

A coordenação me deu ainda outra orientação: estabelecer regras rígidas e supervisionar a atividade dos alunos no espaço virtual criado para interação (grupo privado no Facebook). Certamente existiram regras, como o uso obrigatório do idioma inglês, e supervisão das atividades, mas o exercício hierárquico de poder contrariava toda a minha proposta e provavelmente inibiria a participação dos alunos, comprometendo seu aproveitamento. Logo, não convinha seguir a orientação da coordenação, que nitidamente não compreendeu corretamente minha proposta. Felizmente, não houve nenhum problema com o grupo criado na rede social. Muito pelo contrário. Os resultados finais da experiência foram extremamente positivos: 

  • a interação pela internet fortaleceu o vínculo professora-alunos, sensação sentida inclusive nos momentos presenciais.
  • alguns alunos pouco participativos em sala mostraram-se mais participativos nas atividades online.
  • o número de alunos em recuperação nesse último trimestre, no qual o projeto foi desenvolvido, foi reduzido em aproximadamente 91% em relação ao trimestre anterior.

Apesar dos excelentes resultados, a escola não se mostrou interessada pelo trabalho desenvolvido, não incentivou a incorporação das tecnologias digitais nesse ou em outros componentes curriculares, manteve sua postura resistente quanto à utilização de equipamentos e recursos digitais em seu ambiente (mesmo que para fins educacionais) e, portanto, foi altamente desmotivadora de inciativas inovadoras.

Não foi só a coordenação que foi desmotivadora, mas também alguns outros professores que lá trabalhavam e eram fiéis às suas preferências por um modelo educacional tradicional, centralizador, conservador. No início do projeto, compartilhei ideias com alguns colegas e não notei interesse nem apoio. Ao invés disso, cheguei a ser gentilmente aconselhada por uma pessoa com mais anos de carreira a trabalhar apenas com giz, lousa, explicação verbal e livro didático como forma de "poupar trabalho extra". Vou "poupar trabalho extra" e não me estenderei aqui numa argumentação aprofundada de todos os porquês da minha forte discordância com tal "conselho amigo". 

Dessa forma, dei andamento ao projeto, mas guardei para mim as ideias borbulhantes e as alegrias que tive ao comprovar que eu estava no caminho certo. O compartilhamento do sucesso faz parte do que acredito e foi, portanto, bastante pesaroso não poder fazê-lo naquele momento. Importa dizer que pude dar mais asas àquilo que acredito em outros lugares pelos quais passei e também nos quais trabalhei. 

A escola aqui referida e os profissionais que lá encontrei foram responsáveis por me ajudar a crescer profissionalmente. Tive experiências boas, conheci pessoas que me ensinaram coisas importantes, tive também experiências não tão boas, mas que, de certa forma, proporcionaram relevante aprendizado. Lá existem profissionais excelentes, queridos pelos alunos e por mim, e que são bem sucedidos naquilo que se destinam a fazer. Eles apenas fazem diferente de mim. Diferente não é necessariamente ruim, não é necessariamente errado e acredito que a existência de metodologias distintas é fundamental. As tecnologias na educação ampliam possibilidades de ensinar e de aprender, mas não invalidam outras estratégias ou teorias. Acho necessário ir em busca de atualizações, conhecer o novo, estar aberto a mudanças e a experimentar aquilo que tem algum potencial de sucesso, mas isso nem sempre é visto por aí. Essa situação não é exclusiva de uma escola pela qual passei. Na verdade, essa é a situação mais observada mundo afora e é justamente isso o que merece atenção. É justamente essa rigidez da educação que está deixando-a desinteressante, obsoleta.

Até mesmo aquelas escolas e demais instituições de ensino que querem ser reconhecidas como "moderninhas" continuam quase sempre pecando em suas práticas. Talvez, vivenciar tantas incoerências entre teoria e prática seja até mais nocivo para os alunos do que desenvolver-se em um ambiente conservador tanto teórica quanto praticamente. Não sei. É uma hipótese e cada caso é um caso. O que sei é que as TICs se desenvolvem numa velocidade demasiadamente acelerada, dificultando o acompanhamento e o entendimento de tudo o que é novidade. Enquanto uns atentavam-se ao potencial do Orkut e do Messenger na educação, eles foram substituídos pelo Facebook e pelo Whatsapp. Agora nos distraímos com isso, mas, amanhã, as tecnologias predominantes podem ser outras. E já são outras, pois são inúmeras, que concorrem entre si, que são utilizadas simultaneamente e abandonadas num piscar de olhos. Isso assusta muita gente, principalmente os não dispostos a inovar. Mudanças são, na sua grande maioria, difíceis, mas isso não justifica a opção pela mesmice, pois, muito mais do que difíceis, as mudanças são primordiais para qualquer desenvolvimento.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Como Publicar Artigos Científicos

"Publicar ou morrer" é o que aplica aos acadêmicos. 

Quem escolhe a academia tem que saber disso desde cedo. É esperado que se acumule publicações científicas, ainda que desinteressantes tantas vezes, ainda que jamais lidas, ainda que não inovadoras, ainda que só para atender às exigências. Claro, se for inovadora e muito citada em outros trabalhos, melhor! Mas, na realidade, são bem maiores as chances de quase ninguém ler na íntegra aquilo que você gastou tanto tempo e neurônios para escrever. Mesmo assim, não sinta-se frustrado. Acontece nas melhores famílias e também nas piores e nas medianas. Ou seja, acontece quase sempre.

De qualquer forma, se você está decidido a seguir esse caminho, é importante saber algumas coisinhas...

Vou considerar que o autor seja um escritor razoável, já esteja familiarizado com o linguajar dos artigos e saiba elaborá-lo. 


Em primeiro lugar, deve-se escolher em qual revista científica irá publicar aquilo que pretende escrever. Essa escolha é importante, pois cada revista tem suas exigências próprias, como formatação, mínimo e máximo de laudas, categorias de artigos aceitos, etc. Veja se o seu trabalho se adequa às exigências, faça os ajustes necessários, envie o texto e vá viver sua vida, esqueça que submeteu o tal material e não fique ansioso esperando a aprovação/reprovação do mesmo. Isso irá levar tempo. Provavelmente muito tempo. Então relaxe...

Para consultar a lista de revistas avaliadas pelo MEC, clique aqui.

Você perceberá que as revistas são categorizadas por: A1, A2, B1, B2, B3, B4, C... Esse é um sistema de avaliação do MEC/CAPES, que indica a "qualidade" das revistas. Chama-se essas categorias de "Qualis". É importante saber que a relevância das revistas é crescente, sendo as A1 as mais reconhecidas e também as que contam mais pontos no seu Lattes. As categorizadas como C são de baixa relevância. O ideal é conseguir publicar em revistas A1 até B2, sabendo que a exigência quanto à qualidade da produção é também maior nesses casos. Além disso, as filas de espera costumam ser maiores, mas vale a pena!

Dando um exemplo pessoal, meu artigo publicado numa revista categorizada como B2 levou aproximadamente 1 ano e 9 meses para ser finalmente publicado. Então, não adianta ter pressa!

Por fim, faz-se necessário mencionar que, para aqueles que almejam destaque internacional, deve-se priorizar publicações em veículos avaliados como A1 e A2. Os veículos categorizados como B1 e B2 apresentam excelência nacional.

Além disso, note que resumos, resenhas e traduções não têm o mesmo peso e prestígio que um artigo propriamente dito. Ainda assim, podem ser experiências enriquecedoras e trazer maior visualização para o autor em questão.

Espero que as informações aqui apresentadas tenham sido úteis! Agora, bom trabalho e boa sorte! ;-)